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Cristologia

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Ideias Preliminares

Pensar o Antigo Testamento como horizonte interpretativo da Cristologia neotestamentária é um grande desafio. Mas do ponto de vista da palavra, ou seja, de cristo, é possível encontrar os anseios do messias (a palavra deriva do hebraico) e, portanto, uma cristologia. Mas, como estudo do discurso sobre Cristo, só temos cristologia neotestamentária.

Isso não significa que não seja possível ter no Antigo Testamento um horizonte interpretativo da cristologia. O Antigo Testamento é uma dimensão constitutiva da fé em Jesus; às vezes, por erro, interpretamos o AT como elemento preparativo para o advento de Cristo. Esquece-se que os escritos do AT, mesmo aqueles que falam de messias, têm consistência própria.

O olhar para o Antigo Testamento requer nossa compreensão do que os escritores entendiam por salvação e mediação. Para os judeus, a salvação era sempre mediada por alguém. Dai o papel dos profetas.

Introdução

O judaísmo sempre se ateve a um conceito de redenção de caráter público que se realiza na história humana. A redenção se dá na história. Quem salva é Deus. Mas ele o faz na mediação histórica. Deus opera a redenção entrando na história dos homens. A compreensão judaica de salvação deve ser entendida na perspectiva de que a história é a ara central aonde Javé atual com seu projeto de salvação. Deus, embora transcendente, salva os seres humanos adentrando no curso da história. Essa compreensão leva o homem a ler e reler a história como fruto da ação salvadora de Deus. Exemplo disso é a releitura dos fatos que resultaram nas narrativas bíblicas da criação, da profecia pós-exílica etc. Os judeus reliam sua experiência à luz da ação de Javé.

Jesus de Nazaré foi judeu: homem simples, como tantos outros do seu tempo. Só o entendemos a partir do seu contexto cultural, político e social. Também seus discípulos eram judeus e liam a pessoa e a história de Jesus a partir da tradição de fé e esperança de Israel. Isso não exclui as novas interpretações feitas em relação a Jesus. Há uma diferença entre os que conviveram com Jesus e os que só leem ou releem sua história. Essa distinção é importante para compreender quem são os autores imediatos dos evangelhos. Trata-se da leitura comunitária que os primeiros cristãos fizeram de Jesus. No fundo, quem escreve os evangelhos são as comunidades fundadas nas tradições apostólicas dos evangelistas. A comunidade de Mateus fez uma experiência do Ressuscitado, sentiu a necessidade de exprimir essa experiência e, por consequência, nasce o evangelho: uma nova interpretação de Jesus. A novidade reside na noção de que Jesus é o Cristo, o messias, o salvador. Não se trata de uma crônica ou biografia.

O AT não é a pré-história de Jesus. Ele é um pressuposto interno, uma dimensão constitutiva da fé em Cristo. Essa insistência é necessária para evitar que (e isso é um problema catequético) se desmereça o AT. Ambos os Testamentos partem do contexto histórico.

Expectativas salvíficas no AT

No AT existiam várias concepções de salvação. Elenquemos algumas: a) como uma vida feliz e bem sucedida (cf. Sl 36,10; Sl 63,4): experimentar a salvação significa ter bens (dons divinos) nesta vida. Nessa concepção, a salvação é operada no momento em que Deus cria. A vida concreta já é a salvação de Deus. Para ter vida bem sucedida deve-se viver em comunhão com Javé, inclusive com outra concepção de morte (cf. Gn 25,8); b) como libertação histórica: a salvação pressupõe a opressão-escravidão. Javé salva os poucos, nômades, membros do Êxodo do Egito. Quer libertá-lo da escravidão (cf. Ex 3). No fundo, o evento do Êxodo foi um protótipo das várias experiências de libertação. Trata-se de um evento político-econômico que Israel reler, anos depois dos fatos ocorridos, sua história. Nesse modelo de salvação, os primeiros a serem salvos são os pobres; c) como expiação dos pecados: após a instalação de Israel num território, com o povo organizado politica e economicamente ao redor do templo, a noção de salvação advém como expiação dos pecados. O templo desenvolvia atividade expiatória. Por isso as pessoas iam até lá para oferecer seus sacrifícios e oferendas. O relacionamento perturbado com Deus se expressa na relação da ordem vital exterior. Era preciso ir ao culto para reatar os vínculos da aliança e expiar os pecados; d) como futura redenção universal: aqui temos um dado novo – a salvação futura. No pós-exílio surge essa esperança de que Deus não faltará com sua promessa. No fim dos tempos, Israel será salva (raiz do messianismo). A salvação começa a ser operada diante de um messias que virá. Os profetas, às vezes, falam ou são confundidos com ele. Volta a releitura do tema da aliança com Deus. Essa compreensão comporta também a noção de salvação interior (a aliança com Deus selada no íntimo de cada um antecipa a salvação universal futura). Provavelmente, essa concepção de Salvação foi a de Cristo e pós-cristo.

Todas as concepções apresentadas dependem do contexto histórica de cada uma.

Mediadores da Salvação

A expectativa de salvação para o povo de Israel se dirigia a Javé. Mas o agir de Deus manifesta-se por mediações humanas. A função do mediador se dá numa relação direta e pessoal com Deus. Homens justos, reis, juízes, sacerdotes e profetas foram mediadores entre Deus e os homens. Esse conceito de mediação será aplicado a Cristo. Ele, para o autor da carta aos Hebreus, é o sumo sacerdote.

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Sival Soares, em 29 de abril de 2011 




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