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Ministério de Jesus em Macos

Ministério de Jesus em Macos

Ministério de Jesus

Em Marcos, 1, 1-13 temos a preparação do ministério de Jesus.  Esse texto pode ser dividido da seguinte forma de blocos: a) 1,1 - introdução ou abertura; b) 2-8 – pregação de João Batista, subdividido em duas partes: 2-3 temos texto profético, 4-6 temos a apresentação e ministério de João, 4-8 e 7-8 onde encontramos a proclamação de João; d) 9-11 – Batismo de Jesus; e) 12-13 Tentações de Jesus.

Comentário: o objetivo da pregação de João é apresentar o mais forte, Jesus. Após essa proclamação, Jesus fala e inicia seu embate com o demônio... O ponto central do evangelho de Marcos é dizer quem é Jesus. Trata-se de uma tentativa de reconhecer (conhecer de novo) a pessoa do Cristo.

Análise textual

a)       “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, filho de Deus” (Mc 1,1). Versículo que lembra a criação. Irá começar uma coisa nova através do evangelho (boa notícia) de Jesus que prega a mensagem do Reino. O evangelho de Deus é o tempo de promessa que acabou. “cumpriu-se o tempo e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.” (1, 14-15).

b)      Quem é Jesus? (8, 27-30) Que tipo de messias ele é? (8, 31-38) e qual a conclusão possível sobre Jesus (16, 1-8). Jesus é filho de Deus. Quem proclama isso é um centurião (15,29), no momento da morte de Jesus. Porém, depois disso, em Mc 16, 1-8 temos a ressurreição, que deve ser anunciada por Maria de Magdala, com outras mulheres, que estavam com medo. O jovem que aparece no texto diz que Jesus não está no túmulo. Venceu a morte. Ressuscitou! A última palavra foi a de Deus com a ressurreição.

Preparação do Ministério de Jesus

“conforme está escrito” (Mc 1, 2-3). Marcos reuniu um grupo de profecias, afirmando ser de Isaías, mas que pertencem à tradição já presente no Ex 23,20, em Ml 3,1 e em Is 40,3. Merece atenção o uso do termo caminho, veredas metodous. O texto Mc 2,3 refere-se à função de João em preparar o caminho para realizar a obra de Deus: seu reino, advindo com o messias. Evidentemente João não diz que prepara o caminho de Jesus, mas prepara o caminho para o mais forte, que virá. A comunidade de Marcos está relendo a vida de Jesus e percebe que Ele está cumprindo as Escrituras.

Uma voz clama no deserto (Mc 1, 3.4.12.13). Trata-se de um lugar teológico, que lembra a comunidade em fuga, em êxodo. É também um refúgio para perseguidos (Elias se refugiou no deserto 1Rs 19), um reduto dos movimentos proféticos e revolucionários (cf. At 21,38). O deserto é uma representação da periferia, aonde Javé realiza sua renovada ação (Ml 3, 1-5). Marcos cria uma tensão espacial entre dois espaços: o deserto e o templo.

João Batista como Elias. Aquele se vestia de pelo, como este (cf. 2Rs 1,8). A figura de Elias é viva na comunidade marcana, pelo menos nas passagens de Mc 6,15; 8,28; 9, 4.11-13; 15,35. Lembremos que Elias, em seu tempo, pronunciou um julgamento sobre o rei e a corte que violaram a aliança com Javé. Considere-se também que os profetas eram aqueles que fomentavam as revoltas populares. Para Flávio Josefo, por exemplo, João era tido pela corte de Herodes como uma ameaça, um subversivo.  Some-se a isso a noção de que o Senhor enviará mensageiros antes do dia Terrível do Senhor (Ml 3, 1-5), comum na literatura de Israel. Fica a questão: afinal, o que Jesus anuncia, é o começo ou o fim?

Batismo de Jesus (Mc 1, 9-11)

Jesus aparece (1,9) vindo da Galileia e termina, no evangelho de Marcos, voltando para esse lugar (1,14). A Galileia era cercada por cidades helenistas, povoadas pelos gentios. Circulava a mentalidade de que povo puro mesmo era o da Judéia. A Galileia era desprezada. Na multidão, é um anônimo que vai em direção a João para ser batizado. Neste momento, a preferência divina desce sobre si. O céu se rasga, o espírito desce em forma de pomba e a voz aclama: “este é o meu filho amado”.  Jesus é o filho amado, gerado naquele dia por Deus. Alude também à filiação régia (cf. Sl 2,7). Seu poder será marcado pela entrega de sua própria vida. É o servo sofredor (cf. Is 42,1). A figura da pomba lembra a boa-notícia que já está presente. Obviamente, a narrativa é simbólica, busca assinalar o surgimento ou criação de uma nova humanidade – a partir da renúncia da velha ordem. Dai o apelo à conversão. No Batismo, Jesus é pleno do Espírito. Ele desafiará as estruturas opressoras da lei e da ordem vigentes. Por está cheio do Espírito, Jesus anunciará a novidade do Reino, que se opõe à estrutura dominante. O embate, como se sabe, foi inevitável. A comunidade que reler a vida de Jesus vê na comunidade um sinal do reino, já presente entre eles. Isso não significa que eles não esperavam, numa parusia, a volta de Jesus próxima. Os empreendimentos missionários das primeiras comunidades expressam, no fundo, o desejo de instaurar o reino de Deus no mundo. O reino é uma nova orientação para a existência.

Tentação

O Espírito, diz Marcos, impele Jesus para o deserto. Lá ele enfrenta o senhor da ordem do mundo (1,12). O deserto é o lugar da luta entre satanás e o Espírito. Aqui é impossível não associar essa imagem ao do povo no Egito, que sai desta terra, passa pelo deserto, até chegar à terra prometida. Jesus entra no deserto, passa 40 dias (anos do povo no deserto, que murmurou, tentou a Deus e foi infiel) na fidelidade a Deus. Vence as tentações.

Na narrativa, cada um dos lados tem seus cúmplices míticos: do diabo, com suas feras; Jesus, com seus anjos que o servem. O animal selvagem que aparece é a soma total do poder dos dirigentes, inspirados por um chefe, o demônio, visível pelo poder do Estado.

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Sival Soares, 29 de abril de 2011




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