Livros Proféticos

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A literatura profética compreende do ano 1000 a 142 antes de Cristo – provavelmente. A data inicial tem a ver com o início da Monarquia; a final é a época dos Macabeus, a um passo do surgimento do Novo Testamento. Durante esse tempo, há várias etapas históricas. Dentro dessas etapas iremos conectar a literatura à história. Sabe-se que cada etapa fez surgir uma leitura (bíblica) própria do seu tempo; dai a necessidade de entender o contexto histórico para compreender o conteúdo literário da profecia. No centro desse período histórico está o Exílio. Cumpre, então, conhecer os profetas antes, durante e após o Exílio. Com a Monarquia, a profecia tende a desaparecer. Na época dos Macabeus começa a surgir a profecia apocalíptica ou sapiencial.

Estuar-se-á a profecia no 9º século, os profetas visionários que estão na obra deuteronimista (de Josué a 2Reis). Aqui se estuda Elias e Eliseu; os radicais (Amós, Oséias, Miqueias e Isaias), no 8º século; os nacionalistas (Sofonias, Habacuc, Naum, Jeremias) ou da aliança, no 7º século; só no 6º século ocorre o Exílio e nele surgem alguns profetas (Jeremias 2, com o tema das lamentações e os textos de Baruc, Abdias). A conjuntura do Exílio demarcará um outro tipo de profecia: a que existiu entre os exilados (Isaias (40-55) e Ezequiel (1-37) cativos); no 5º século tem-se a profecia da reconstrução (do templo); com Ageu, Zacarias, Malaquias, Jonas e Isaias 56-66; nos 4º e 3º séculos tem-se a profecia apocalíptica (Joel, Daniel, Baruc e as cartas de Jeremias, que estão no final do Antigo Testamento. Merece destaque o fato de a profecia acabar (no sentido) no século 5-4, com Ageu, Zacarias e Isaias.

O livro profético não foi escrito pelo profeta, apesar de ter sido atribuído a ele. O livro é resultado da memória. O profeta falou um dia e tempos depois alguém registrou. Por isso ele é resultado de um processo, que vai desde a fala do profeta, passa pela oralidade, pela memória, pela elaboração, síntese, produção e compilação dos livros que são, na verdade, releitura comunitária da profecia. Exemplo: Am 9, 11. Esse texto não é do profeta. O texto fala, na verdade, da reconstrução de Jerusalém. Mas usa a figura de linguagem “construirei a tenda de Davi”. O profeta não viveu na época da reconstrução; tampouco, pela sua inclinação, escreveria algo desse tipo. O final do livro de Amós está se referindo ao tempo da reconstrução do Templo (520-445 a.C). Mas esse profeta não viveu nem escreveria nessa época. O fato de o livro se referir ao uma determinada época não implica dizer que ele foi escrito na mesma época. A memória histórica, essa sim, corresponde ao período, à época. No fundo, a memória da profecia tem a ver com o hoje de quem está fazendo a memória (sobretudo na escrita).

Introdução à profecia

A palavra profeta significa, originalmente, aquele que fala (pro) em nome de (feta). No caso religioso, aquele que fala em nome da divindade; representa ou assume a voz ou a palavra divina ou do povo (dos sem voz). No fundo, o profeta é um porta-voz. Ele associa-se ao mensageiro, anunciador etc. Como voz do povo, o profeta tematiza a justiça ou a injustiça; como voz de Deus, traz à luz a questão da aliança, do pacto.

Problema é quando se confunde profetas com sacerdotes. No mundo antigo, profetas de baal e sacerdote de baal eram a mesma coisa; neste caso, a profecia enquanto função era um título, porque a ação profética nem sempre coincide com a ação do sacerdote.

No tempo da Monarquia, o profeta era uma espécie de conselheiro do Rei. Dai o fato de ele defender a monarquia. Mas essa ainda é uma deturpação da função profética.

Tanto o sacerdote, quanto o profeta (na direção de baal ou da monarquia) o sacerdote são lideranças junto ao povo. Interessa ao Estado estar com o sacerdote e com o profeta ao seu lado.

Houve um tempo também que o profeta também era conhecido como aquele que previa o futuro, especialmente de forma mágica. Essa também é uma deturpação porque o profeta verdadeiro é aquele que prevê os acontecimentos futuros exatamente porque o analisou antes. Além disso, o “amanhã” do profeta, sua previsão do futuro tem caráter imediato. O profeta olha a contingência dos acontecimentos, analisa-a e, por isso, prevê o futuro. Vale essa norma para a profecia bíblica.

A profecia, por sua vez, é uma análise com tomada de postura, uma ação. Essa análise é a prática profética.

 

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Sival Soares, 29 de abril de 2011




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